“A arte de pintar nos transporta para um mundo de sonhos, fantasia e realidade. É importante que passemos para a tela tudo aquilo que acharmos belo e interessante. Além de satisfazer o ego, o artista pensa em legar ao mundo um trabalho inesquecível, um registro do pensamento. A obra em si enriquece e embeleza o mundo. O dia de amanhã conhecerá o trabalho de hoje.”
Conceição Garcia Punhagui nasceu em Sertãozinho (SP). É casada com Olivio Punhagui e mãe de três filhos: Raquel Garcia Punhagui, Alexandre Garcia Punhagui e Katia Regina Garcia Punhagui. Chegou em Londrina em 1960, onde construiu sua família e desenvolveu toda a sua trajetória profissional como artista plástica.
Desde a adolescência, já demonstrava paixão pela pintura, fascinada por telas e tintas. Atua profissionalmente desde 1979 e tem entre seus trabalhos mais marcantes as restaurações das Vias Sacras da Catedral de Londrina. “Na época, foi um grande desafio, pois foram as primeiras que fiz, e não era o tipo de arte que eu desenvolvia. Foi uma experiência única”, relembra a artista, que faz questão de homenagear sua primeira professora, a portuguesa Marieta de Lourdes Bicudo da Piedade Abreu Peyroteo, natural de Angola, já falecida.
Ao longo da carreira, participou e promoveu diversas exposições, individuais e coletivas, como a mostra realizada em Roma, no Centro Artístico Cultural La Pigna (Palazzo Del Vicariato), em 2009. Suas obras estão presentes no Brasil e no exterior, e seu trabalho foi reconhecido e catalogado pelo Instituto Julio Louzada de Artes Plásticas do Brasil.
Desde 1990, mantém seu ateliê na Av. Aminthas de Barros, denominado “Ateliê C. Garcia”, onde se dedica às suas criações e também ao ensino de pintura. “A cada trabalho finalizado, uma etapa realizada, um sonho concretizado e compartilhado. No começo da minha caminhada procurei aprender técnicas diferentes, pois amo trocar conhecimento, produzir e reproduzir, conhecer obras que me encantam e agradam ao público em geral”, afirma.
Nos momentos de lazer, Conceição gosta de estar com a família, viajar, caminhar e visitar museus. Para ela, reciclar-se culturalmente é indispensável ao artista. Ressalta ainda que seria uma vitória se as autoridades de Londrina oferecessem mais apoio à cultura local, promovendo espaços, eventos e exposições: “Como acontece em muitos países da Europa, onde a cultura é verdadeiramente preservada e respeitada.”
Entre as recordações mais marcantes da carreira, destaca duas experiências: a repercussão da restauração das Vias Sacras da Catedral de Londrina, que atraiu jornalistas e repórteres ao seu ateliê; e a exposição “Raízes”, em 2008, no Museu de Artes de Londrina. Nesta última, após viajar à Andaluzia — terra natal de seus pais —, trouxe para suas telas lembranças, fatos e emoções sobre suas origens, transformando em arte tudo o que viveu.